quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um prazer nada solitário


Eu e ela fazemos muitas coisas juntas. Com menos frequência do que eu gostaria, é verdade. Mas outro dia achei curioso que nos dispuséssemos a ler juntas ao mesmo tempo, ainda que cada uma a sua leitura, sem que tivéssemos planejado. Aparentemente essa pode ser uma atividade individual: cada um lê o seu livro na sua e isso parece ser um prazer solitário.
Era o que pensava até ter Luna. Mas quando ela estava por volta dos 9 meses comprei para ela um livro chamado "Estrela Cor de Rosa", que conta a história de uma avó e sua neta. Líamos sempre para ela desde essa idade e ela, curiosamente e mesmo um bebê, sempre escutou. Ela aprendeu a ler aos 4 anos. Vieram outros livros sempre. De todos os lados: de mim e do pai, avô, do tio, dos amigos.
Hoje ela já faz as próprias escolhas, mas é um descuido nosso e ela esquece que ler é prazeroso. Então, sempre que o pedido parte dela própria a gente faz questão de atender e, acreditem, às vezes, livros integram as listas de presentes que ela gostaria de ganhar no Natal e no aniversário!
Mas não é sempre assim. Se ela nos vê muito tempo sem ler, ela também desinteressa, porque criança é assim, copia os adultos em tudo e, nesses dias aí, em que foi tirada essa foto, eu estava pegada no García Marquez e ela, junto comigo, na história linda que ela já havia visto no cinema, mas que, gostou tanto que implorou pra gente comprar o livro. Exitamos: era um livro grande demais, "mas eu juro que vou ler, pai", ela pediu com cara de cachorro "pidão". E como o cachorro da história, achamos o livro em uma boa liquidação e não resistimos. Ela ficou radiante e leu 6 capítulos de uma só vez.
Ler ao lado dela nunca é um prazer solitário, ainda que cada uma leia o seu. De vez em quando ela me interrompe para perguntar uma palavra que não entendeu e pegamos o dicionário para procurarmos juntas. Ela, de vez em quando quer parar para me contar um fato novo da história e em outras vezes, eu silenciosa, me delicio com o prazer dela, quando a percebo completamente envolvida, dando risinhos solitários com suas descobertas.
Definitivamente, ler em companhia de um filho não é um prazer tão solitário. É um aprendizado para ambos!
Luna lê, aos 8 - Marley e eu.
Eu leio aos 34 - O amor nos tempos do cólera. (Grata e encantada por ler somente agora e não aos 16 como queria meu pai. Tem certas leituras em que deveria vir prescrita a idade certa para ser lida)

Um comentário:

Coisas da Sil disse...

Xará! Acabei (neste minuto) de postar um comentário num blog amigo, sobre leitura, pois ela disse amar ler e o filho segue o mesmo caminho!
Uau... 2 posts logo de manhã... meu Deus, preciso arrumar mais tempo, para ler mais!
bj
ah.. uma graça a foto de vcs 2!!!!!