sexta-feira, 24 de abril de 2009

Um brinde ao talento, sucesso e amizade!

(Paloma Pamplona no centro da foto, eu no canto esquerdo)

Amizade para mim é coisa que não tem preço। Amigos são a família que a gente escolhe, pessoas que queremos que façam parte da nossa vida, não por serem necessários ou porque, por algum motivo, precisamos delas, mas justamente por serem pessoas desnecessárias é que se tornam indispensáveis. Não entenderam, né? (rsrs)

Explico: é muito cômodo ser amigo por uma necessidade ou oportunidade. Não estou querendo dizer que verdadeiras amizades não possam nascer de uma situação de necessidade ou oportunidade; amigos são muito importantes nessas horas e se não são eles para nos resgatar dos naufrágios da vida ou para nos dar uma forcinha de vez em quando... Mas de verdade, amizade pra mim, é como um pacto silencioso: você não precisa falar nada ou fazer qualquer coisa para saber que tem um amigo ou para indicar que é amigo. A gente sempre sabe quando tem um amigo. Não me pergunte como, mas é uma mágica misteriosa que acontece dentro da gente e que faz a gente se sentir menos só no mundo.

Uma vez eu me esforcei para ser amiga de uma pessoa, eu achava ela legal e tinha vontade que nossa amizade não fosse superficial. Na verdade, eu queria muito ser amiga dela, mas ela não me dava as respostas que eu queria. Fiquei frustrada e até ressentida. Até que percebi que aquela pessoa não tinha muito para me dar, e que nada que eu fizesse iria mudá-la; não porque fosse má, mas simplesmente porque ela não tinha em si mesma aquilo que eu esperava que ela me desse. Então, descansei e parei de sofrer. Também parei de fazer esforços. Não fazia nenhum sentido.Amigo não pede nada em troca e não pode se ofender se nada recebe de verdade em troca da sua dedicação. Amigo não tem que se esforçar para que o outro goste dele. Amigo não deve se sentir na obrigação de retribuir um favor. Se você se sente assim, saiba que não é amizade. Cobrá-lo, não fará dele seu amigo, mas um devedor e você, o credor. Nunca um amigo de verdade.

Por mais difícil que seja a compreenssão desse fato, pela própria natureza humana (de dar e esperar receber), penso que devemos simplesmente aceitar o fato, sem cultivar o câncer do rancor (que em muitos casos, acaba se transformando em um câncer real ). A vida se encarrega de tudo; dá respostas mais cedo ou mais tarde.

Amigos podem nos ser úteis em determinados momentos da vida, mas não é isso que determina a veracidade da relação.

Minha amiga Adriana, certa vez, vendo-me em situação financeira difícil, emprestou-me um valor em dinheiro. Nem eu, nem ela sabíamos quando eu conseguiria lhe devolver a quantia. Nada foi dito: nem prazos, nem condições. Existe uma coisa entre as pessoas de boa índole e de caráter que é imprescindível e que determina a vida de uma amizade: a ética. Lembram do "pacto silencioso"? Quase um ano se passou e eu, finalmente a paguei, mas Adriana nunca me cobrou e se tivesse me "cobrado", eu saberia com certeza, de que naquele momento era ela quem estaria precisando de mim. Já passamos da fase dos testes - há 15 anos somos amigas. Entre nós há ética e responsabilidade. Mas isso não são coisas que se impõem ou que precisam ser lembradas, fazem parte da natureza da amizade.

Eu poderia citar alguns amigos, pelos quais sinto infinito amor, amizade e gratidão (vejam bem, gratidão é diferente de obrigação). Meu amigo Dirceu Maués, um dos meus melhores amigos há mais de 15 anos, é assim. Não preciso dele para quase nada e nem ele de mim, mas já precisei unicamente da presença dele em alguns momentos da vida e ele estava lá. E mesmo quando ele não está, eu sei que ele está. Às vezes ele nem lembra que eu existo, esquece o meu aniversário e eu esqueço o dele... porque a vida é assim, as pessoas tem sua rotina, seus próprios problemas, conhecem novas pessoas que em determinados momentos da vida se fazem mais presentes que outras. Mas vou dizer uma coisa... a gente conhece um amigo também pelo abraço e o abraço do "Di" é um dos mais gostosos que já recebi na vida. É um abraço que não é de carência, é um abraço que simplesmente faz a gente sentir que tem um amigo, não importa se nos vimos ontem ou há 1 ano.
Como o Di e a Adri tenho muitos amigos sem tradução. Alguns não vejo ou nem falo há anos. Mas isso não nos faz menos amigos. Como disse, a gente sempre sabe dentro da gente quando tem um amigo.
Um dos melhores textos que já li na vida sobre amizade foi em um livro que ganhei do meu pai há alguns anos: "O Retorno e Terno" de Rubem Alves, que se tornou um dos meus autores preferidos. Lembro de um trecho que para mim é muito marcante em que ele diz:
" Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é sua amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou transar. Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminando o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio - que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.
Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas."
Bem, e porque estou inspirada a escrever sobre a amizade hoje? Na verdade, nem pensava em escrever um post tão longo, mas comecei a pensar o quanto fico feliz com as conquistas e o sucesso dos meus amigos.
Este post era para falar do orgulho que senti em ver a Dira Paes usando o vestido da marca Mucha da minha amiga Paloma no Domingão do Faustão no dia 22 de março. O mesmo orgulho que senti quando o meu amigo Dirceu ganhou a bolsa-prêmio do Programa Rumos do Itaú Cultural para passar 5 meses em Berlim. Fiquei tão contente que parecia que era eu quem tinha recebido a bolsa. Outro orgulho: quando o Dani foi convidado para expor no México ou quando ele ganhou neste ano pela segunda vez a bolsa do IAP. E assim, toda vez que um amigo conquista algo importante, eu vibro com eles.
Um amigo de verdade não sente inveja, mas se envaidece ele próprio pelas conquistas e sucesso de seus amigos. Que fique claro, uma vaidade saudável e inofensível, daquelas que fazem você sorrir de felicidade por dentro e que te fazem surgir na face um sorrisinho maroto. Foi assim que me senti quando vi o vestido da Pazinha (Paloma) no Faustão. Quando vi, mesmo atrasada, já na versão internética, o sorriso já tinha escapado e por dentro, o coração batia forte de felicidade.
Então, um brinde aos meus maravilhosos e talentosos amigos. Todos eles, não apenas os citados neste post.
Vocês sempre serão fonte de inspiração para muitos posts neste blog.
Uhuuuu!
Amo vocês, queridos!
Beijos,
Sil.

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